sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Experiência de Intercâmbio



Aluna de Publicidade e Propaganda e estagiária do Setor de Relações Internacionais, Luísa Reis Lapertosa, conta um pouco de sua experiência de intercâmbio na Bélgica.

 

Uma experiência intensa
A estudante Luísa Lapertosa




Em agosto de 2008 viajei para Bélgica como intercambista. O programa consistia em dar ao jovem a oportunidade de cursar todo um ano letivo em uma escola de ensino médio frequentada por estudantes locais. Durante esse período o intercambista ficaria hospedado em casas de familias.


Lembro até hoje do dia em que estava preparando minhas coisas para a viagem, de como minhas mãos tremiam a cada peça de roupa que eu colocava na mala! Eu não sabia o que estava por vir! No aeroporto me vi tomada de uma ansiedade tal, que o tempo inteiro não conseguia tirar o sorriso do rosto e falava o tempo inteiro pelos cotovelos! Quando ia entrar na sala de embarque, me vi tomada por outro sentimento, era a saudade que já estava começando a bater muito antes de começar! Parece que a partir do momento que eu passei por aquela porta fiquei quase muda. Durante a longa viagem comecei a relaxar e puxei de dentro da bolsa um caderno e comecei a escrever! Dormia, acordava, escrevia de novo. Desci do avião! Daquele imenso avião! Quando as portas de desembarque abriram, vi umas bandeiras pro alto e uma mulher com um sorriso no rosto tirando várias fotos minhas! Fui ao encontro dela, abracei todos e conheci minha família belga! A partir daí, tudo começou de verdade, e de uma forma que, hoje vejo, foi assustadoramente rápida! Há experiências que só podemos entender completamente a partir do momento em que começamos a vivê-las, e assim percebemos seu real valor, e vemos como foi essa uma experiência intensa!
Luísa e seus colegas de turma da escola belga
No dia que as aulas começaram, parecia que era de fato meu primeiro dia de aula! Cheguei à escola e umas cinco meninas estavam me esperando no saguão, me mostraram a escola, falando francês com uma rapidez incrível! O único recurso que me restava era sempre sorrir e balançar a cabeça concordando ou discordando dependendo das expressões delas! Hoje me lembro desse dia, e começo a rir sozinha! Os dias na escola continuaram e a cada dia ficavam menos assustadores e mais incríveis! Nossa, como fiz amigos! E nessa sensação maravilhosa que é a de fazer amigos, fui me abrindo cada vez mais! Na hora dos encontros com os outros intercambistas, me veio um forte sentimento de identidade Todos lá, com as mesmas expectativas, com os mesmos medos, os mesmos desejos e a mesma vontade de aproveitar cada segundo! Fiz amigos pelos quais sinto um carinho quase de irmão! E tudo surgiu pelo que tínhamos aprendido até ali, e hoje garanto que todos carregam isso dentro de si! Todo dia inventávamos desculpas para os nossos pais de acolho, que coitados, ficavam de cabelo em pé! Queríamos sempre um pretexto para nos encontrar, nem que fosse para ficarmos sentados em uma praça qualquer, todos juntos, conversando, cantando, nos conhecendo cada vez mais.

Viagem à Itália com o gupo de intercambistas
Conheci pessoas que levarei no coração e na minha cabeça para onde eu vá, cada um me ensinou uma coisa mesmo nem sabendo! Além disso, criei carinho pelo lugar! Pelo lugar que foi meu durante todo o tempo que estive fora! Hoje, bons amigos, quando nos encontramos lembramos com lágrimas nos olhos, olhos querendo visualizar tudo de novo! Lembramos das músicas que nos fazem dançar como dançávamos! Lembramos da correria de sempre para não perder o trem de volta pra casa e a correria ainda maior para não perder o trem com destino aos nossos encontros! Até hoje me pego imitando o espanhol cheio de gírias dos amigos latinos e das expressões engraçadas dos outros, de tantas outras partes do mundo! E além disso tudo, tive a oportunidade de aprender um idioma novo, e tenho certeza que de ter estudado tanto françês e ter me esforçado da maneira que foi me proporcionará grandes oportunidades daqui pra frente. E com isso a gente aprende, aprende muito! Aprende que saudade pode doer muito, aprendemos a dar o valor que as coisas merecem.Aprendemos a entender melhor, a escutar e acima de tudo a andar com as próprias pernas!

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